Ela entrou com um ar seguro no deque da piscina. Julgava-se invencível. Os olhos estavam ligeiramente fechados para se proteger do sol.
Trajava um biquíni rosa. Os cabelos estavam presos em um “rabo de cavalo”, que deixava cair uma mecha sobre o rosto.
Olhou para a água, correu brevemente, e sem hesitar pulou na piscina. Foi um “Deus nos acuda”. Atirei-me para salvar a pequenina de apenas dois anos de idade.
Erguida prontamente nos braços salvadores do pai, fez uma cara de que não sabia se ria ou chorava pelo susto. Procurei acalmá-la dizendo: que mergulhão!
Ela riu gostoso, como só os bebês sabem fazer, e apontando o minúsculo dedinho indicador para mim deu-me uma advertência. Disse-me ai, ai, ai, ai, ai com o dedinho em riste. Foi ela quem aprontou, mas fui eu quem levou a bronca.
Pai perdoa. Não tem problema. Vale tudo pela saúde dos pequenos. O susto, mais um dentre muitos, serve de lembrete de tudo o que a pequena Martina precisará aprender até tornar-se mulher.
Felizmente dessa vez estava perto, mas foi inevitável pensar no futuro de minha pequena. Quantos tombos, reais e metafóricos, ela levará durante sua vida? Quantas decepções, amores não correspondidos e outras dificuldades ela encontrará? Quantas vezes poderei “salvá-la”?
Espero que muitas. Os filhos crescem e devagarzinho vão deixando de lado a ajuda dos pais. Pedro, com oito anos, não quer mais que o leve até dentro da sala. Devo deixá-lo no portão. Diz que já é grande o suficiente para entrar sozinho. Pai levando até a sala é um “mico”. Contento-me em olhá-lo a distância, com orgulho, pela pontinha de independência por ele conquistada. Olho enquanto agarro Martina com todas as forças e a levo até a sala. Ela nem sabe o que é mico, mas já me manda embora na porta da sala.
Dá um tchau, abanando com a mão pequenina e manda um beijo. Eu me derreto todo pensando durante quanto tempo terei esse privilégio. Até quando ela terá esse cheiro gostoso de neném? Por quanto tempo terei forças para levá-la em meus braços? São perguntas que batem fundo dentro de mim. Espero que a resposta demore. Enquanto ela não vem, sigo aproveitando e torcendo para que demore muito, pois não há nada melhor do que “lamber as crias”.
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