A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) finalizou as investigações para elucidar suposto tráfico de recém-nascidos. Para tanto, foram realizadas diversas diligências no estado do Rio de Janeiro, cumpridos mandados de busca e apreensão e realizadas oitivas com vizinhos e familiares dos dois casais presos, no dia 6 de março, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, por compra de bebê.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em três municípios do estado do Rio de Janeiro, em Angra dos Reis, Rio das Ostras e São Gonçalo, onde foram apreendidos documentos e computadores que indicam a formação de uma possível organização criminosa para compra e venda de bebês que atuariam em quatro Estados do país.
A partir das oitivas com conhecidos de Lilia da Conceição, de 32 anos, Carlos Alberto Silva, 62, Adriano Teixeira Fraga, 39, e Lediane Cruz da Conceição, 33, que, junto aos demais investigados teriam vindo do Rio de Janeiro interessados na criança, a PCMG pôde constatar que há algum tempo os suspeitos possuíam uma obsessão por dar à luz a um filho.
Um dos casais possuía, inclusive, uma sentença proferida pela Justiça para adoção, bastando apenas aguardar a fila de espera para a entrega da guarda. Além disso, na casa deles foi encontrado um bebê de borracha, no valor aproximado de R$1.800, que seria “cuidado” pelo casal como uma criança real. “Infelizmente foram pessoas que tinham toda condição de terem um filho adotivo pelos meios legais, mas ao invés disso buscaram o caminho da ilegalidade”, destacou o Delegado Regional de Contagem Christiano Augusto Xavier.
O Delegado explica que o crime configura tráfico, uma vez que é um comércio ilícito como qualquer outro. “Constatamos que o casal pagava pequenas quantias para cobrir pequenas despesas médicas das gestantes. Também apuramos que não eram contribuições feitas apenas a uma gestante, mas para pelo menos três a quatro grávidas. Assim, tentavam garantir que pelo menos uma delas se dispusesse a efetivar a entrega da criança após o parto”, explicou.
A PCMG não descarta, inclusive, a possibilidade de um tráfico internacional de recém-nascidos, uma vez que nas investigações em redes sociais para troca de bebês foram verificados grupos de interessados de outros países, como Estados Unidos e Itália. “Já estamos em contato com a Interpol para que esses processos sejam devidamente apurados em nível internacional e sejam desencadeadas outras investigações”, adiantou Xavier.
Os casais suspeitos pela compra do bebê em Contagem continuam respondendo pelo artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A mãe que entregaria o bebê ao casal, que é do Norte de Minas, já está novamente com a guarda do filho e recebe apoio do Conselho Tutelar.
As investigações continuam para identificação de outros envolvidos no esquema criminoso.
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