Conforme divulgado no relatório Metas Globais 2025 para Pessoas que Usam Drogas: Onde estamos agora?, da UNAIDS, apenas 61% dos usuários de drogas injetáveis conhecem seu status sorológico para HIV. O estudo também mostra que o acesso ao tratamento do HIV e o fortalecimento das respostas lideradas pela comunidade são componentes vitais, porém ainda deficientes, na estratégia global de combate à AIDS entre pessoas que usam drogas injetáveis. De acordo com a publicação, as metas de testagem e tratamento para esta população estão aquém do esperado, demandando ações urgentes e coordenadas.
O estudo informa também que a meta de que 95% das pessoas que usam drogas injetáveis conheçam seu status sorológico para o HIV apresenta um progresso limitado. O relatório indica que, em média, apenas 61% dessa população realizou um teste de HIV e recebeu os resultados nos últimos 12 meses, ou já havia testado positivo anteriormente, com base em dados de 48 países.
No que tange ao tratamento antirretroviral, a publicação afirma que a cobertura entre pessoas que usam drogas injetáveis que conhecem seu status positivo para o HIV também é baixa. A média global relatada é de 69%, com uma variação expressiva entre 25% e 91% nos 22 países que forneceram dados. A meta de alcançar 95% de cobertura de tratamento para este grupo está, portanto, distante, comprometendo os esforços para alcançar a supressão viral e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.
O documento da UNAIDS também destaca a insuficiência de dados sobre a meta de 95% das pessoas em tratamento para o HIV alcançarem a supressão viral. Essa falta de informação detalhada dificulta o monitoramento preciso do impacto das intervenções de tratamento e a identificação de gargalos que precisam ser endereçados para otimizar os resultados terapêuticos nesta população específica, que frequentemente enfrenta múltiplas vulnerabilidades.
Kalleo Lima Bueno, proprietário e responsável pela Clínica de Recuperação no Centro de Guarulhos, São Paulo, Grupo Clínicas Vitae, considerou os números um alerta crítico e observou que a baixa porcentagem de indivíduos que conhecem seu status sorológico e a cobertura de tratamento antirretroviral distante da meta demonstram falhas sistêmicas, uma realidade que deve ser encarada com seriedade com o objetivo de ajudar essas pessoas. “Conforme o estudo evidencia, o estigma, a discriminação e as barreiras de acesso aos serviços de saúde são determinantes para essa realidade. Sem um diagnóstico precoce e um tratamento contínuo e humanizado, o ciclo de vulnerabilidade e transmissão do HIV persistirá, impactando a saúde pública”.
O relatório ainda enfatiza a importância crítica das respostas lideradas pela comunidade na prestação de serviços. As metas para 2025 incluem que 80% do fornecimento de serviços para programas de prevenção do HIV para populações-chave sejam prestados por organizações lideradas pela comunidade, 30% dos serviços de testagem e tratamento sejam comunitários, e 60% dos programas que apoiam facilitadores sociais sejam conduzidos por essas organizações. No entanto, a publicação aponta para “dados insuficientes” no progresso dessas metas, sinalizando uma necessidade premente de maior investimento e reconhecimento do papel dessas entidades.
Perguntado sobre a publicação, Kalleo concluiu que o fortalecimento dessas organizações é indispensável e que a insuficiência de dados sobre o progresso de iniciativas comunitárias, como as que podem complementar o trabalho, pode prejudicar uma análise mais abrangente e completa. A unidade da clínica para dependentes químicos em São Paulo, sempre consultou dados e pesquisas que ajudam na colaboração interna e tratamentos. “Conforme o relatório da UNAIDS ressalta, é fundamental que governos e agências de fomento invistam na capacitação e autonomia dessas organizações, pois elas possuem o conhecimento e a confiança para alcançar aqueles que os serviços tradicionais não conseguem. A integração entre serviços formais e iniciativas comunitárias é o caminho para uma resposta mais humana e eficaz”.
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