Jogo do tigrinho: influenciadores de BH são presos suspeitos de estimular apostas ilegais

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em parceria com a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ), deflagrou nesta quarta-feira (26/2) a Operação Jackpot para desmantelar um esquema de lavagem de dinheiro e estelionato relacionado à exploração de jogos ilegais no Brasil. Dois influenciadores digitais, um homem e uma mulher, ambos de 24 anos, foram presos em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.

As investigações tiveram início em outubro de 2024, conduzidas pela 3ª Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes (Deif), vinculada ao Departamento Estadual de Combate à Corrupção e Fraudes (Deccof). O levantamento policial revelou que os suspeitos promoviam plataformas ilegais de jogos de azar e utilizavam os recursos arrecadados para lavagem de dinheiro.

Foram identificadas movimentações financeiras suspeitas e a conexão dos investigados com organizações criminosas envolvidas na criação e manutenção dessas plataformas.

Mandados e apreensões

Durante a operação, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e dois mandados de busca e apreensão. Entre os bens apreendidos estão:

• Dois veículos de luxo, um avaliado em mais de R$ 400 mil e outro em torno de R$ 150 mil;
• Duas motocicletas com valores superiores a R$ 100 mil;
• Diversos aparelhos celulares;
• Uma pistola calibre 9mm com 68 munições.

Ostentação nas redes sociais

Os investigados utilizavam as redes sociais para ostentar um estilo de vida extravagante, exibindo carros de luxo e imóveis de alto padrão, atraindo vítimas para os esquemas fraudulentos. Segundo o delegado Anderson Kopke, “essas práticas levam pessoas em situação de vulnerabilidade emocional a acreditarem em ganhos fáceis, muitas vezes destruindo famílias e relações pessoais”.

A Polícia Civil continua apurando a participação de outros envolvidos no esquema, incluindo os responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção das plataformas ilegais. O delegado Kopke enfatizou a importância da colaboração entre as instituições policiais: “Essa operação é parte de uma política institucional de combate aos jogos ilegais e à lavagem de dinheiro. Observamos uma redução significativa na exploração desses jogos na Região Metropolitana de Belo Horizonte, graças às ações policiais desencadeadas ao longo de 2024 e 2025”.

A Operação Jackpot mobilizou 16 policiais civis das duas instituições. Os presos foram encaminhados ao sistema prisional de seus respectivos estados e estão à disposição da Justiça. Novos desdobramentos devem ocorrer nos próximos dias, conforme avançam as investigações.