Nos últimos anos, o cenário econômico global passou por transformações significativas, impulsionadas por fatores como a pandemia, a digitalização e as mudanças nas expectativas dos consumidores. Nesse contexto, muitas organizações têm se visto obrigadas a rever seus modelos de negócios e suas operações. De acordo com dados divulgados pelo Serasa Experian, em junho deste ano, cerca de 30% das companhias registradas no país terminaram o mês no vermelho.
Marcello Guimarães, presidente da Swot Global, abordou as razões específicas por trás do endividamento crescente entre empresas brasileiras de diferentes portes em 2024. Segundo ele, o problema decorre de fatores como a alta taxa de juros – atualmente em torno de 13,25% –, dificuldades de rolagem de dívidas bancárias, falta de capital de giro e aumento nos custos operacionais.
“Em 2024, observamos que 60% das empresas que buscaram nossa consultoria estavam com dívidas que representavam mais de 50% de suas receitas líquidas”, afirmou Marcello. “Para essas empresas, o cenário econômico desfavorável e a ausência de uma estrutura financeira eficiente geram um risco real de insolvência”, pontua Marcello.
Segundo registros do Indicador de Falência da Serasa Experian, o número de pedidos de recuperação judicial cresceu significativamente nos últimos meses. Somente em julho desse ano, foram registradas 228 solicitações, refletindo a pressão econômica que muitos setores enfrentam, especialmente o comércio e a indústria. Companhias de grande porte enfrentaram dificuldades financeiras significativas em 2024 e recorrem a diversas ferramentas para continuarem ativas no mercado.
O vice-presidente da Swot, Hilton Junior, destacou a necessidade de uma reestruturação focada em três áreas críticas: planejamento financeiro, auditoria contábil rigorosa e gestão de caixa. Segundo ele, uma consultoria estruturada nesses pilares pode, em média, reduzir as despesas operacionais em até 30% e alongar o prazo de dívidas, melhorando o fluxo de caixa e evitando a inadimplência.
“Para pequenas e médias empresas, o ajuste do endividamento exige negociações com credores, revisão de prazos e redução de gastos administrativos. Já para as grandes companhias, soluções mais complexas, como a reorganização de suas carteiras de investimento e renegociação de linhas de crédito internacionais, tornam-se indispensáveis para manter a sustentabilidade”, concluiu.
Maria Cláudia Lima, diretora da Swot, também pontuou que empresas que investem em uma gestão de risco aprimorada e adaptável, conseguem, em média, um aumento de 15% na rentabilidade após o processo de reestruturação. Segundo ela, esse modelo de gestão tem sido imprescindível para que as empresas superem as dificuldades impostas pelo cenário econômico atual e evitem a falência.
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