Longe dos holofotes que clareiam a carreira dos pilotos das categorias mais conhecidas do automobilismo, os engenheiros de performance também são peças-chave durante uma corrida. Não menos importante que o próprio piloto, o profissional é responsável por funções que podem ser determinantes para uma boa corrida e, possivelmente, para a vitória.
O engenheiro automotivo Luiz Felipe Brandão explica que o profissional de performance é fundamental dentro de uma equipe, pois ajuda no aprimoramento das técnicas e estratégias de pilotagem, além de definir o melhor setup do carro e manter a comunicação direta com o piloto.
“Por meio dos inúmeros sensores presentes hoje nos carros e karts, é possível coletar e analisar os dados sobre as condições do veículo de maneira consistente. Dessa forma, considerando os fatores climáticos e o comportamento do carro, somos capazes de analisar e desenvolver a melhor estratégia durante os treinos e corridas”.
Com apenas 35 anos de idade, Brandão tem um vasto currículo no setor automobilístico, tendo passado pelas principais categorias brasileiras, dentre elas StockCar, Mercedes-Benz Challenge, Turismo Nacional e Kart. Atualmente, percorre o mundo em busca de aprimorar seus conhecimentos. Em seu currículo, auxiliouando diretamente no desenvolvimento de pilotos como Celso Neto, Rafael Teixeira e Ricardo Raimundo.
O engenheiro afirma que com o aumento do interesse pelo automobilismo, o mercado tem mostrado uma demanda crescente de profissionais nesta área. Devido a isso, Brandão ressalta que as contratações têm tido cada vez mais exigências, a fim de elevar o nível dos profissionais.
“No início da carreira automotiva o engenheiro de performance precisa ter um sólido entendimento de telemetria, mecânica e dinâmica de veículos. Porém, de um profissional mais experiente se espera uma alta capacidade de tomada de decisões, análise crítica, comunicação eficaz, trabalho em equipe e experiência de pista. Esses fatores ajudam a prever o desempenho do carro e suas possíveis reações em diferentes cenários e condições de pista”, explica Brandão.
Ele avalia que as principais equipes, aquelas consideradas como elite, têm buscado engenheiros mais experientes, com maior domínio de telemetria, aerodinâmica e conhecimentos mais profundos em simulações, uma vez que as grandes categorias têm reduzido os números de treinos oficiais no intuito de reduzir custos.
Brandão explica que para integrar uma equipe técnica de automobilismo é fundamental obter uma graduação ou pós-graduação focada nessa área, além de criar conexões com profissionais do setor e participações em eventos.
“Uma forma valiosa de adquirir uma primeira experiência é buscar estágios em equipes. No entanto, é possível obter a prática em competições universitárias como, por exemplo, a Baja, Fórmula SAE e AeroDesign, nas quais se formam equipes para projetar, construir protótipos e competir de forma real”.
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