A Polícia Civil de Minas Gerais investiga a morte da engenheira Laura Fernandes Costa, de 31 anos, que faleceu no dia 7 de maio, 11 dias após a realização de um procedimento para colocação de balão gástrico em uma clínica no bairro Barreiro, em Belo Horizonte.
Segundo a família de Laura, a jovem começou a apresentar fortes dores abdominais e náuseas no dia seguinte à cirurgia. Ela foi internada no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, em Nova Lima, mas seu quadro de saúde piorou e ela não resistiu.
O caso está sob investigação da Polícia Civil que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias e a causa da morte da mulher. “A instituição irá realizar as oitivas de testemunhas e envolvidos, solicitar os prontuários médicos da paciente, e realizar todas as diligências”, afirmou nota.
A família de Laura também denunciou o médico que realizou o procedimento por negligência médica. Eles alegam que a jovem não recebeu o acompanhamento médico adequado após a cirurgia.
O que diz o médico?
Em nota, o médico Mauro Lúcio Jácome, por meio da Clínica Cronos, afirmou que se solidariza com a dor da família e que a paciente atendeu os requisitos para o procedimento, realizado “sem qualquer intercorrência”.
“Em relação aos fatos, cumpre esclarecer que o procedimento de colocação de balão intragástrico é indicado para pacientes com sobrepeso ou obesidade, conforme literatura médica (IMC 25/consenso brasileiro de balão intragástrico), sendo que todos os requisitos para tal procedimento foram atendidos no caso em questão.
Houve a contratação da clínica para realização do referido procedimento, realizado em 26/04/2024, por médico especialista em endoscopia e cirurgia há mais de 20 anos, sendo referência profissional na área.
Importante esclarecer que no Termo de Consentimento assinado deste procedimento são descritos os possíveis riscos constantes da literatura médica como complicações, sendo que todas as orientações e esclarecimentos foram informados à paciente.
O procedimento ocorreu sem qualquer intercorrência, sendo a paciente liberada com acompanhante, sem sintomas, com agendamento de retorno para o dia seguinte, para fins de acompanhamento, mas sem comparecimento da paciente. A paciente não atendeu aos chamados da clínica para retorno.
Após, a pedido da paciente, o balão intragástrico foi retirado, em 02/05/2024, também sem qualquer intercorrência. A paciente deveria retornar à clínica no dia seguinte, 03/05/2024, conforme retorno agendado, mas não retornou.
Ocorre que, apesar da insistência por comunicação, a paciente não retornou contato, tampouco compareceu na Clínica. Após 5 dias, houve informação sobre o procedimento cirúrgico a qual a paciente foi submetida, junto ao Hospital de Nova Lima, e, mais tarde, no mesmo dia, houve informação sobre o falecimento da paciente.
Segundo consta, houve aspiração pulmonar na intubação oro traqueal (IOT). A clínica e os seus profissionais não obtiveram ciência do estado de saúde da paciente, apesar da insistência, pois não houve comunicação, e, infelizmente, não foi possível auxílio, apesar da disponibilidade da clínica e seus profissionais.
Toda conduta médica resta registrada no prontuário da paciente. A clínica e os seus profissionais estão à disposição da família ou autoridades para prestar todo esclarecimento e apresentar toda documentação necessária, a fim de comprovar a inexistência de erro médico, omissão de socorro ou qualquer ato que desabone a conduta ilibada da clínica e do seu corpo médico”.
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