Nas primeiras semanas de abril, a companhia de circo Circocan percorreu cidades de Santa Catarina com o espetáculo original “Mesmo”. A criação, que tem direção de Nickolle Abreu, já se apresentou em diversas cidades brasileiras e também nos Estados Unidos, e desta vez passou por cidades catarinenses, levando de forma gratuita o circo para espaços e escolas públicas.
A iniciativa, realizada através da Lei Paulo Gustavo SC D+ e Fundação Catarinense de Cultura, levou aos alunos da rede pública e de projetos sociais dos municípios de Penha, Garopaba e Florianópolis a oportunidade de acompanhar de perto um espetáculo de circo contemporâneo, com artistas internacionais.
Democratizando o acesso ao circo contemporâneo
A Cia Artística Circocan, companhia com mais de 20 anos de história e que se insere no cenário do circo contemporâneo brasileiro, reúne artistas e profissionais com experiência internacional em linguagens como circo, dança, acrobacias e ginástica. Além das atividades permanentes no Brasil, a trupe ainda promove performances e cursos em países como Estados Unidos, Canadá, Escócia e Portugal.
Mesmo com presença no cenário internacional, a iniciativa faz parte do projeto do Circocan de popularização do circo contemporâneo no Brasil, linguagem artística que ainda oferece pouco acesso às camadas menos favorecidas. Hoje, os grandes espetáculos e companhias que trazem essa temática ainda se concentram nos grandes centros e capitais, dificilmente chegando à população e aos espaços públicos.
Para Nickolle Abreu, diretora da Companhia, não tem como passar por uma experiência como a dessa turnê sem ser tocado e transformado pelos encontros que se tem com as crianças, adolescentes e adultos ao longo do caminho.
Numa linha diferente da proposta clássica de um circo tradicional, a linguagem contemporânea traz imagens e figurinos mais cotidianos e também a fusão com outras vertentes como a dança, o teatro e a música. Para a plateia, após uma surpresa inicial ao não encontrarem os signos padrões do circo com cores vibrantes e o palhaço tradicional, é comum ouvir ao fim do espetáculo depoimentos como: “eu quero fazer isso quando eu crescer”, “um dia quero ser artista de circo e trabalhar com isso”, “você me faz sentir corajosa” e “vocês vão voltar sempre?”.
Essa é a segunda turnê da companhia percorrendo escolas públicas e projetos sociais, e se depender da trupe muitas ainda virão pela frente: “Só de imaginar que ao nos apresentarmos podemos de alguma forma estar plantando uma sementinha pra um potencial artista florescer, nos preenche e dá ainda mais sentido pra tudo o que estamos fazendo”, conclui Nickolle.
Nos próximos meses o espetáculo segue para a América do Norte, onde faz apresentações nos meses de julho e agosto, mas já de olho no retorno ao Brasil para novas turnês e oportunidades para o segundo semestre de 2024.
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