Cerca de 80% da população mundial já sofre ou terá dor na coluna, conforme apontam os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e informativos do Jornal da Universidade de São Paulo (USP), que chamam a atenção quanto ao uso excessivo de celulares, falta de exercícios físicos regulares e o envelhecimento da população: alguns dos fatores que estão contribuindo para um aumento constante no número de casos desse mal.
As informações reforçam o relato de Rogério Feliz, de 50 anos, que enfrentou sintomas severos da questão e passou por procedimento cirúrgico da alta complexidade nessa região do corpo, em junho do ano passado, em busca de mais qualidade de vida.
“Foram mais de 28 dias com dor, um período de terror”, diz o paciente, que um mês antes, havia chegado no consultório de Silvio Ferreira, ortopedista especialista em coluna vertebral, quase sem andar de tanta dor. “Estava há semanas sem dormir porque não conseguia encontrar uma posição confortável. Nem morfina estava adiantando mais”, desabafa.
Assim como muitos pacientes, Rogério quando recebeu a informação de que teria que ser submetido a um procedimento cirúrgico, teve medo de não ter mais autonomia, de não poder trabalhar ou ter limitações severas que impactassem o seu estilo de vida. O que não aconteceu. Inclusive, ganhou qualidade de vida, com exercícios físicos regulares incluindo musculação e pedal na orla de Santos – sua história serviu de inspiração para amigos que sofriam do mesmo problema. Indicou mais dois amigos que também sofriam de problemas de coluna. Ambos também já realizaram a cirurgia.
A cirurgia endoscópica da coluna vertebral é um procedimento menos agressivo e, de acordo com Silvio Ferreira, especialista do Hospital Alvorada Moema, da rede Americas, deve tornar-se, no futuro próximo, o ‘padrão ouro’ no tratamento de patologias de coluna tratáveis pela via minimamente invasiva. A conclusão do especialista também está respaldada no tempo de internação. “Numa cirurgia endoscópica, a paciente interna de manhã e pode voltar para casa depois do almoço. O que antes, pelo procedimento tradicional, não seria possível. Em uma semana o paciente já pode dirigir e em 15 dias retomar suas atividades profissionais. Numa artrodese convencional, por exemplo, isso pode demorar quatro meses”, observa.
Em torno de 60% dos pacientes submetidos à cirurgia endoscópica no Hospital Alvorada Moema têm mais de 50 anos; o que chama bastante atenção é que 10% delas foram realizadas em indivíduos menores de 20 anos de idade – sendo, a lombociatalgia persistente associada a hérnia de disco, o principal motivo que os levaram para o centro cirúrgico.
Para Ricardo Meirelles, especialista em cirurgia de coluna dos hospitais Samaritano Barra e Vitória, rede Americas no Rio de Janeiro, “O envelhecimento da população e o ritmo de vida estressante da atualidade, associados à má postura durante o dia, somados à falta de exercícios físicos regulares, o uso excessivo de celulares e a falta de alimentação regrada, representam os principais responsáveis pelo aumento dessa prevalência de doenças da coluna vertebral”. De acordo com o especialista, a queixa de lombalgia ou de dor cervical é a segunda mais comum nos consultórios especializados e fica atrás apenas dos sintomas do resfriado.
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