Durante a apresentação oficial de Deivid como o técnico do Cruzeiro para a temporada 2016, o presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares, anunciou que o time celeste não disputará o torneio Sul-Minas-Rio no próximo ano.
Segundo o mandatário azul, existiram questões levantadas durante as reuniões as quais o Cruzeiro não concordou. Gilvan informou também que Flamengo e Fluminense também estão na mesma situação e deverão deixar a competição.
A decisão da saída da Sul-Minas-Rio foi tomada pela diretoria do Cruzeiro, que, por unanimidade, votou pelo desligamento. Gilvan declarou que o clube não pode participar de uma competição que traga prejuizo e que o Cruzeiro deve pensar como empresa.
Gilvan aproveitou também para falar sobre a distribuição das receitas dos clubes no futebol brasileiro da atualidade. Ele vê uma disparidade muito grande entre as cotas de televisão de Corinthians e Flamengo e quer que um novo modelo seja estudado e adotado;
Confira as declarações do mandatário celeste:
Fora da Sul-Minas-Rio
“O Cruzeiro já firmou posição. o Cruzeiro não fará mais parte da Liga Sul-Minas. Não disputará. Surgiram questões com as quais não concordei, assim como Flamengo e Fluminense. Existe uma grande possibilidade de eles também saírem. Temos um momento muito conturbado no futebol brasileiro. Haverá uma eleição para eleger um vice da CBF. De qualquer forma, mesmo com eleição no dia 16, vamos começar a lutar por algo diferente na CBF. Nós que digo são os presidentes de federações e clubes. Felizmente, temos vários presidentes com mentalidade mais arejada, que podem fazer com que o futebol brasileiro mude.
O motivo da saída do Cruzeiro
“A Liga não interessa ao Cruzeiro. A gente precisa administrar e dirigir o futebol como empresa. Futebol, você não pode dirigir com ambição. Para jogar futebol, o clube precisa ser remunerado. Você não pode fazer torneio sem uma cota de televisão, com despesas de clubes que passarão por aperto financeiro. Discordamos de coisas que aconteceram na última reunião da Liga. Diante disso, trouxemos isso para a diretoria do Cruzeiro. Com unanimidade, decidimos que o Cruzeiro não deveria correr riscos de disputar um torneio que não será rentável. Creio que poderemos ter ligas nacionais, e a CBF cuidar da Seleção”
A distribuição de receita foi o motivo?
“Isso não chegou a ser discutido. Chegou a ser ventilado um formato diferente de distribuição, que seria como o inglês. Estudamos esse formato de distribuição. A gente caminha para uma receita de pay-per-view. Quanto mais torcedores, maior será a receita do clube com PPV. Se um clube tiver 10 milhões de torcedores, ele terá mais pessoas assistindo do que clubes com um milhão de torcedores. Nesse aspecto, Atlético e Cruzeiro seriam mais bem pagos nessa cota de televisão, porque estamos bem colocados no ranking nacional. Só Corinthians, Flamengo e Palmeiras teriam receitas maiores de PPV do que Cruzeiro e Atlético”
A disparidade no Brasil
“No capitalismo, não há como negar que televisão tem de faturar. E ela faturará com clubes que têm receita maior. Há disparidade no futebol brasileiro como no mundial, é preciso achar uma fórmula diferente. Temos superado em Minas isso com competência. A cota de Flamengo e Corinthians ser 170 milhões e a de Atlético e Cruzeiro ser de 60 milhões, isso abre uma disparidade. Mas nós temos agido com competência para superar isso. O Cruzeiro foi bicampeão brasileiro e o Atlético ganhou Libertadores, Recopa e Copa do Brasil. Isso é competência. Temos de lutar para melhorar essa divisão de cota. Isso pode criar um elitismo”
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