Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em junho, a Selic, taxa básica de juros da economia, subiu de 12,75% para 13,25%, chegando ao décimo primeiro aumento consecutivo. O momento é positivo para investidores que apostam na renda fixa, que tem sido muito ofertada por bancos e corretoras, por ser seguro e estar garantindo boa rentabilidade. Os benefícios, porém, param por aí.
A escalada da Selic teve início em março de 2021, quando saltou de 2% (em janeiro) para 2,75% e encerrou o ano em 9,25%. Em 2022 segue-se a tendência de alta e as projeções são de novos aumentos, pelo menos até o final do ano. Na essência, o objetivo da alta de juros é conter a inflação, impulsionada especialmente pelo aumento dos preços de alimentos e combustíveis. Ao mesmo tempo em que ajudar a atenuar a inflação inflação, a Selic em alta traz consequências danosas como o aumento das taxas de bancos, a elevação das despesas com juros da dívida pública e a redução do consumo, que impacta negativamente o Produto Interno Bruto (PIB).
Para empresários o momento requer conhecimento do negócio para avançar na crise, sem sofrer seus prejuízos ou amenizá-los. Atuando na área de formação empresarial Ricardo Nunes, fundador da varejista Ricardo Eletro, alerta para os riscos da atual conjuntura: “O aumento da taxa Selic é um momento muito delicado. Imagina uma pessoa que fez empréstimo para montar o seu negócio, calculando o juro próximo de 2% ao ano e de repente esse juro supera os 13%? Isso muda completamente o orçamento. A prestação que ele calculou vai ser maior e vem o risco de endividamento”.
Em sua opinião, uma coisa certa é que o momento não é de se endividar, pois juro alto desestimula a economia, encarece o crédito e o cidadão reduz seus gastos. Enquanto isso, empresas geram menos empregos, o que contribui para tirar o dinheiro de circulação. “É grande o risco de neste momento, contrair dívidas por meio de empréstimos, principalmente. O melhor é segurar enquanto der, porque o endividamento não vai melhorar a situação”, afirma Nunes.
“Todo empresário deve estar consciente de que o aumento da Selic afeta profundamente os resultados da sua empresa. É um momento de ter cuidado, de não fazer dívidas. Ao contrário, se for possível é melhor reduzi-las, porque o juro consome todo o resultado”, afirma. Nunes cita como exemplo o parcelamento da venda no cartão, condição muito comum no varejo. “Em geral, vende-se no cartão em 10 vezes sem juros. Se a taxa Selic estiver em 2% ao ano, o juro representa pouco no negócio, já com juros na casa de 13%, dividir em 10 vezes sem juros, muda toda a conta. Além de afetar o resultado, o aumento da Selic reduz o consumo e gera uma receita perigosa: inflação x menor consumo x aumento de juros. A hora é de ter cautela”, analisa.
Em agosto o Copom realiza mais uma reunião e a previsão é de novo aumento da Selic, entre 0,25% e 0,50%.
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