Segundo análise da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a partir do portal da Veja, o setor industrial do país paga uma conta de energia mais elevada do que os sete exportadores centrais para o país, sendo inferior apenas na comparação com a Itália e maior em relação ao Japão, Alemanha, França, China, Coreia do Sul e Estados Unidos. O estudo é intitulado “Energia: combustível do crescimento”. De acordo com o Balanço Energético Nacional de 2020, a indústria é a usuária central de energia no Brasil. Na sequência, aparecem os seguintes setores: transportes (31,2%), energético (11,2%), residencial (10,8%), agropecuário (5,1%), serviços (4,7%) e uso não energético (4,9%).
Empresas se mobilizam para agenda ESG
Ainda falando sobre o setor industrial, abrangendo linhas de pintura industrial, por exemplo, a CNI, a partir do Portal da Indústria, apontou os resultados de uma consulta com 100 empresas para analisar em que ponto está a incorporação dos critérios ESG (ambiental, social e de governança) pelo setor industrial do país. Foi mostrado que 71% das participantes estão se movimentando e aderindo às medidas sustentáveis.
Durante a apresentação das análises no seminário “ESG e suas contribuições à agenda da indústria brasileira”, evento que integra a programação da CNI para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente, a diretora de Relações Institucionais da Confederação mencionou os critérios importantes para 94% das empresas analisadas, incluindo, inclusive, as que ainda não estão no processo de integração. O critério mais importante foi a gestão de resíduos no pilar ambiental; saúde e segurança na parte social; código de conduta ética no pilar de governança.
O motivo central que fez com que as organizações incorporassem os critérios ESG (44,4%) foi o fortalecimento do relacionamento empresarial com os públicos. Em segundo e terceiro lugar se encontram, respectivamente, a utilização sustentável de recursos naturais e gestão de riscos. Quando perguntadas sobre as vantagens da incorporação dos critérios ESG nas estratégias, as cinco centrais que apareceram foram: gestão de riscos, valor da marca, uso dos recursos naturais, competitividade e imagem. O mercado consumidor também foi sinalizado por 71,6% das respondentes como o público que mais induz a empresa a adotar o ESG.
Entre os desafios encontrados pelas organizações que já possuem ESG, bem como o restante em processo, cinco são iguais. São eles: carência de recursos humanos dedicados ao tema; falta de entendimento sobre os critérios e sobre como instituí-los; ausência de termos padronizados; falta de fornecedores e parceiros que cumpram os critérios; e custos elevados para implementação.
“O levantamento mostrou que a maioria das grandes empresas consultadas já incorporou ou está incorporando a agenda ESG nas suas estratégias, e isso é importante para que possamos evoluir em relação aos benefícios, que vão desde a redução de custos, passando pelo acesso a financiamento e melhoria de reputação e imagem. Agora, o grande trabalho a ser feito é com as menores. Para isso, é importante avançarmos em relação à construção de conhecimento, mobilização e qualificação”, diz o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.
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