Dois exemplos máximos do Classicismo sinfônico serão apresentados pela Filarmônica de Minas Gerais, no dia 27 de maio, às 20h30, na Sala Minas Gerais. De Mozart, sua última sinfonia, a Sinfonia nº 41 em Dó maior, K. 551, “Júpiter”. De Beethoven, a exuberante Sétima Sinfonia, cujo impulso rítmico obstinado levou Wagner a descrevê-la como a “apoteose da dança”. A regência é do maestro Fabio Mechetti, Diretor Artístico e Regente Titular da Filarmônica de Minas Gerais.
Por enquanto, a autorização para a retomada das atividades da Orquestra não prevê a presença de público na Sala Minas Gerais.
O concerto terá transmissão ao vivo aberta a todo o público pelo canal da Filarmônica no YouTube.
Durante a apresentação, haverá um intervalo de 20 minutos, quando serão realizados os Concertos Comentados, palestras em que especialistas comentam o repertório da noite. A curadoria do projeto é de Werner Silveira, e a convidada é a Professora da Escola de Música da UFMG, Doutora em Educação Musical pela Universidade de Londres, Heloísa Feichas.
Este projeto é apresentado pelo Ministério do Turismo, Governo de Minas Gerais, CBMM, Itaú e Cemig, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo do Estado de Minas Gerais, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Maestro Fabio Mechetti, diretor artístico e regente titular
Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Ao ser convidado, em 2014, para o cargo de Regente Principal da Filarmônica da Malásia, Fabio Mechetti tornou-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é seu Regente Emérito. Regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.
Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.
Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras.
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.
Repertório
Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e a obra Sinfonia nº 41 em Dó maior, K. 551, “Júpiter” (1788)
Geralmente, uma sinfonia leva meses para ser composta. Mozart, entretanto, durante o verão de 1788, compôs três sinfonias em menos de dois meses: a Sinfonia nº 39 (K. 543) foi completada no dia 26 de junho; a Sinfonia nº 40 (K. 550), em 25 de julho; e a Sinfonia nº 41, “Júpiter” (K. 551), em 10 de agosto. Ao que tudo indica, as três não foram encomendadas por ninguém, mas Mozart raramente compunha sem um propósito. Em vista das dificuldades financeiras que passava na época, talvez ele estivesse planejando vendê-las a um editor ou executá-las em algum concerto em Viena. Ou, quem sabe, planejava uma turnê a Londres, como mais tarde fizera Haydn? Desde o início do século XVIII, vários compositores alemães encontraram sucesso artístico e financeiro em Londres. E, quando convidado a se apresentar em uma grande cidade, era comum o compositor levar consigo um conjunto de novas obras (o que ajudaria a explicar o inusitado conjunto de três sinfonias). Se essas eram suas intenções, ele não viveu para concretizá-las: Mozart faleceu em 5 de dezembro de 1791, antes que a possível turnê a Londres fosse realizada. Suas últimas sinfonias foram editadas apenas na virada do século e não se tem registro algum de que as três tenham sido executadas enquanto ele era vivo. “Júpiter”, o subtítulo de sua mais grandiosa sinfonia, daquela que abriria definitivamente as portas para o romantismo musical do século seguinte, não se originou da pena de Mozart. Ironicamente, parece ter sido criado em Londres, pelo empresário Johann Peter Salomon, que levou Haydn à capital inglesa no ano de 1791 e que desejava levar Mozart no ano seguinte.
Ludwig van Beethoven (Bonn, Alemanha, 1770 – Viena, Áustria, 1827) e a obra Sinfonia nº 7 em Lá maior, op. 92 (1811/1812)
No dia 8 de dezembro de 1813, Beethoven realizou na Universidade de Viena a primeira audição da Sétima Sinfonia. A pedido do público, o segundo movimento foi repetido como bis. O sucesso teve um significado especial para o compositor, pois, ao eleger o ritmo como elemento dominante da sinfonia, ele o idealizou como fator socializante, capaz de moldar os sentimentos coletivos (coincidentemente, a estreia ocorreu por ocasião de um concerto beneficente para os inválidos das guerras napoleônicas). Sob o aspecto da predominância do elemento rítmico, a Sétima se assemelha à Quinta. Entretanto, há entre elas uma diferença estrutural. Na Sinfonia nº 5, a força e a unidade advêm da recorrência da mesma célula rítmica em todos os movimentos; na Sétima, ao contrário, cada andamento é modelado e diferenciado por um padrão rítmico próprio. A estratificação de uma figura rítmica persistente, facilmente perceptível em cada parte, define o perfil da Sinfonia como um todo.
Filarmônica de Minas Gerais
27 de maio – 20h30
Sala Minas Gerais
Transmissão ao vivo pelo canal da Filarmônica no YouTube
Fabio Mechetti, regente
Programa:
MOZART Sinfonia nº 41 em Dó maior, K. 551, “Júpiter”
BEETHOVEN Sinfonia nº 7 em Lá maior, op. 92
Sobre a Orquestra
A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais foi fundada em 2008 e tornou-se referência no Brasil e no mundo por sua excelência artística e vigorosa programação. Conduzida pelo seu Diretor Artístico e Regente Titular, Fabio Mechetti, a Orquestra é composta por 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas. O grupo recebeu numerosos menções e prêmios, entre eles o Grande Prêmio da Revista CONCERTO em 2020 e 2015, o Prêmio Carlos Gomes de Melhor Orquestra Brasileira em 2012 e o Prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) em 2010 como o Melhor Grupo de Música Clássica do Ano. O CD Almeida Prado – obras para piano e orquestra, com Fabio Mechetti e Sonia Rubinsky, lançado em 2020 pelo selo internacional Naxos em parceria com o Itamaraty, foi indicado ao Grammy Latino 2020. A recente premiação dada pela Revista Concerto teve como tema “Reinvenção na Pandemia” e destacou as transmissões ao vivo de concertos realizadas pela Filarmônica em 2020, em sua Maratona Beethoven, e ações educacionais como a Academia Virtual.
Suas apresentações regulares acontecem na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, em cinco séries de assinatura em que são interpretadas grandes obras do repertório sinfônico, com convidados de destaque no cenário da música orquestral. Tendo a aproximação com novos ouvintes como um de seus nortes artísticos, a Orquestra também traz à cidade uma sólida programação gratuita – são os Concertos para a Juventude, os Clássicos na Praça, os Concertos de Câmara e os concertos de encerramento do Festival Tinta Fresca e do Laboratório de Regência. Para as crianças e adolescentes, a Filarmônica dedica os Concertos Didáticos, em que mostra os primeiros passos para apreciar a música de concerto. Além disso, desde 2008, várias cidades receberam a Orquestra, de Norte a Sul, passando também pelas regiões Leste, Alto Paranaíba, Central e Triângulo.
A Orquestra possui 9 álbuns gravados, entre eles dois que integram o projeto Brasil em Concerto, do selo internacional Naxos junto ao Itamaraty, com obras dos compositores brasileiros Alberto Nepomuceno e Almeida Prado. O álbum de Almeida Prado, lançado em 2020, foi indicado ao Grammy Latino de melhor gravação de música erudita. A Sala Minas Gerais, sede da Orquestra, foi inaugurada em 2015, em Belo Horizonte, tornando-se referência pelo seu projeto arquitetônico e acústico e uma das principais salas de concertos da América Latina. A Filarmônica de Minas Gerais é uma das iniciativas culturais mais bem-sucedidas do país. Juntas, Sala Minas Gerais e Orquestra vêm transformando a capital mineira em polo da música sinfônica nacional e internacional, com reflexos positivos em outras áreas, como, por exemplo, turismo e relações de comércio internacional.
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